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Escândalo.

por FJV, em 30.06.22

Há uma semana eu não sabia quem era Anitta. Na verdade continuo sem saber, salvo que se apresentou no Rock in Rio e que uma boa parte das “redes sociais” ficou escandalizada porque ela abanou o rabo e valorizou aquilo que tem para mostrar – refiro-me ao corpo, não à música. João Bonifácio escreveu sobre o assunto no Observador e tocou no aspeto que me traz aqui hoje. Primeiro, continuo sem ter ouvido um único acorde de Anitta; segundo, muita gente se escandalizou com o meneio & saracoteio de Anitta, mas nunca se escandalizou com os meneios & saracoteios de Elvis, Prince, Mick Jagger ou, vá lá, Ney Matogrosso. Nas “redes” houve quem se sentisse enojado. Ah, maravilhosa hipocrisia. O mundo da pop é assim; o da música é outra coisa. Está bem que Mick Jagger ou Elvis também cantavam, tal como Beyoncé ou, digamos, Madonna. Mas o facto de Anitta ser mulher e brasileira também contou para a avaliação moral de sacristia. Eu, que me indigno até quando os músicos tocam Bach ou Shostakovich de camisolinha ou blazer cinzento, ri com gosto quando as tias e tios se escandalizaram com a Anitta.

Da coluna diária do CM.

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