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Pedir aos portugueses que vivem no estrangeiro que regressem à pátria parece uma ideia generosa; mas não é. Ela foi repetida no passado 10 de Junho, quer pelo Presidente da República, quer pelo ministro dos Negócios Estrangeiros – mas não quer dizer nada e terá o insucesso esperado. Os salários continuam a ser baixos; as carreiras continuam limitadas, e sem “progressão”; o Estado continua a ser o grande patrão, com o seu provincianismo de capataz. No fundo, trata-se de uma sugestão para que a “arraia miúda” (de que o PR se encarregou de fazer o duvidoso elogio no discurso de Braga) continue a ser a “arraia miúda” e “o povo”, bom para citar como motor da História, continue a ser “o pobre povo”. Técnicos superiores, economistas, enfermeiros, médicos, cientistas, professores, cozinheiros – dificilmente regressarão (não menciono os futebolistas, naturalmente). O fim das fronteiras europeias tem essa virtude, a de permitir a circulação de pessoas que procuram, em liberdade, o que é melhor para elas. É esta a natureza das coisas, contra a qual o patriotismo de pacotilha nada pode.
Da coluna diária do CM.
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