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O regime sandinista de Daniel Ortega, muito esquerdista revolucionário e agora convertido a católico e nacionalista à antiga, mandou na semana passada encerrar a Academia da Língua da Nicarágua sob a acusação de, no fundo, se tratar de uma organização anti-revolucionária – e que deve registar-se como organização estrangeira. Não sei se o leitor conhece Ruben Darío ou Ernesto Cardenal, mas são grandes escritores nicaraguenses cuja obra é albergada pela academia. No funeral de Cardenal (em 2020), os sandinistas, como maluquinhos, irromperam pela catedral de Manágua, interromperam a cerimónia e obrigaram a família a retirar o corpo por uma porta lateral. Quanto a Sergio Ramírez, prémio Cervantes e belo escritor (está publicado em Portugal, vive exilado em França), Ortega passou-lhe um mandato de detenção em setembro passado, por vingança e perseguição política. Mais do que uma tentativa de asfixiar o país, Daniel Ortega é um ditador apostado em transformar a Nicarágua numa república das bananas, provando que os “grandes revolucionários” mais cedo ou mais tarde deixam cair a máscara.
Da coluna diária do CM.
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