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A saúde mental dos pistoleiros.

por FJV, em 27.05.22

O lóbi das armas nos EUA inventou agora um novo argumento: o problema não são as armas mas a “saúde mental” dos americanos. Moral da história: abusados na infância, vítimas de violência doméstica e familiar, vários anos entre divórcios dos pais, excesso de hambúrgueres e de sexo na televisão e na internet, os adolescentes americanos pegam em armas e desatam a disparar sobre os avós e os colegas ou crianças nas escolas. À distância, porque isto não se passa na nossa cidade, é o que podemos descrever com ironia macabra. Mas a verdade é que não só a democracia americana fica refém dos pistoleiros (como escreveu Eduardo Dâmaso no CM de ontem), como a nossa reação à tragédia é a de latir como um cão de Pavlov: sim, coitado, passou mal e tem um trauma de infância ou adolescência, é necessário “compreendê-lo”. Eu não entendo e certamente os leitores também não vão na cantiga da psicologia barata. Mas o acesso às armas é o verdadeiro problema. Um país onde um cidadão pode ter em casa armamento de guerra não é decerto saudável. Esse é, desde logo, o grande problema americano de saúde mental.

Da coluna diária do CM.

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