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Enrico Berlinguer (1922-1984).

por FJV, em 25.05.22

Chegados a este ponto devemos fazer uma pequena evocação de Enrico Berlinguer (1922-1984), o histórico líder do partido comunista italiano sobre cujo nascimento passam hoje 100 anos. Contra os partidos da órbita soviética, como o PCP, Berlinguer defendeu o pluralismo, o compromisso histórico e uma certa afabilidade na política. Os comunistas portugueses de hoje, formados na admiração romântica pela ditadura da URSS (está aí o sacerdócio arcebispal de Jerónimo de Sousa), não tiveram de empunhar as bandeiras da liberdade cultural, da democracia política, da soberania e da defesa da autonomia. Foi Berlinguer, líder entre 1972 e 1984, que o fez, cortando as amarras entre o PCI e o Kremlin. Fê-lo em nome de todos esses valores (não à socapa mas na URSS, em 1969, criticando a invasão soviética da Checoslováquia no ano anterior), acrescentando depois que se sentia “mais seguro na NATO” do que sob as tropas de Moscovo e do Pacto de Varsóvia. Na Itália da época, cercada pelo terrorismo das Brigadas Vermelhas, o seu “eurocomunismo” não sobreviveu. Mas a sua coragem histórica deve ser celebrada.

Da coluna diária do CM.

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