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Apaziguai, apaziguai.

por FJV, em 23.05.22

O reforço da agressão russa na Ucrânia é um desafio para a Europa, que não gosta de ser desafiada. É um reforço de crueldade, frieza, indiferença e ameaça. Não admira; a reação europeia é moderada pelo peso da opinião pública que, nos últimos setenta anos, esqueceu a crueldade da guerra – o mais próximo que lhe associa são as escaramuças urbanas, os ataques terroristas e, recentemente, a guerrilha das redes sociais. O grau de destruição e barbárie testemunhado por António Costa, que emocionou o primeiro-ministro, é apenas a primeira vaga da campanha russa, que já há muito detetou as fragilidades europeias: as democracias são vagamente solidárias, mas muito dadas ao espectáculo e ao conforto que agradecemos desde os anos 70. Ao contrário, Putin e o seu regime não têm reservas mentais acerca da destruição que impõem. Conhecem a doutrina do ‘apaziguamento’ (que o palhaço Berlusconi recuperou este fim de semana), já criaram campos de concentração para receber civis ucranianos e não se incomodam com sondagens. Em breve ouviremos entre nós os desistentes e o riso dos putinistas de serviço.

Da coluna diária do CM.

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