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Houve um tempo em que o Festival da Canção era o que era. Já não é o que foi. Desde há anos, o “certame” entrou no domínio da “cultura” – almas sensatas e eruditas que antes desprezavam o acontecimento (considerado indigno e piroso), hoje acompanham a negociação das votações, as presenças em palco, a noite do concurso e as próprias musiquinhas; além disso, recordam presenças antigas, trauteiam as canções e escrevem comentários inflamados no Twitter. Mais um pouco e estaremos a assistir ao renascimento e reabilitação do Festival de San Remo e do Sequim de Ouro. Nada contra. Sou um velho admirador de Madalena Iglésias (“Ele e ela”), Eduardo Nascimento (“O vento mudou”) ou Sérgio Borges (“Onde vais rio que eu canto”), bem como de Séverine (“Un banc, un arbre, une rue”), Sergio Endrigo (“Canzone per te”) ou Gigliola Cinquetti (“No ho l’età”) – e ainda recordo os Abba com “Waterloo”, os Mocedades com “Eres tú” e Vicky Leandros a cantar “Après toi”. Depois de vários anos na clandestinidade, sinto-me vingado. Neste momento estou a trautear “Nel blu dipinto di blu”, de Domenico Modugno.
Da coluna diária do CM.
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