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Conheci o Fernando Sobral (1960-2022) para trabalharmos em alguns projetos de que já não me lembro (a culpa é minha). Pelo caminho, os projetos multiplicaram-se. Com ele, tudo se multiplicava. Trabalhámos, juntos e separados, em televisão, revistas, jornais e, finalmente, em livros (os seus). Na sua história profissional, que foi intensa e dispersa como a vida, cheia de riscos e desafios, o Fernando Sobral era incansável, cumpridor, madrugador e prático. À parte isso, havia o talento, que foi a sua segunda pele. Era um colunista notável, com tiro certeiro, demolidor, irónico, elegante como um homem de letras que evitava exibir-se sem necessidade. Interessavam-no a política, a literatura, a economia (muito, e de uma maneira inteligente), o whisky, a música, a geopolítica – e o Oriente: Macau, a China, o pensamento, a beleza e a sabedoria orientais. Escreveu romances, livros de crónicas ou sobre a grande finança. Quando adoeceu, encarou o combate. Tudo era um combate. A esta hora, Deus já o convidou para colunista, claro. No mundo dos vivos, a Cristina continua a zelar por ele.
Da coluna diária do CM.
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