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Ignorando que somos os melhores do mundo em golos no último minuto, o Banco Central Europeu revelou ontem que, entre os 19 países da zona euro, estamos na última posição em matéria de ‘literacia financeira’. Houve, naturalmente, algumas reações escandalizadas e, na maior parte delas, lamentando que (ao contrário dos holandeses, dos alemães ou dos finlandeses) não saibamos muita aritmética, quase nada de inflação ou do sistema bancário, operações de risco ou, vá lá, como funciona a economia. Não me admira; lembrem-se que, com a economia destrambelhada, Sócrates ficou a um tiro da maioria absoluta em 2009. Nada de sobressaltos, portanto. Como escreve o meu amigo Luís M. Jorge, até parece que “nas outras literacias somos um povo espectacular”. Os vários estudos, todos eles desinteressantes, têm vindo a acumular-se uns sobre os outros, e a todos temos sobrevivido com lapidar velhacaria e habilidade. Estarmos apenas à frente da Turquia e da Roménia em hábitos de leitura, por exemplo, não agasta ninguém. Estarem a brincar com a nossa condição de melhores do mundo é que é lixado. Respeitinho.
Da coluna diária do CM.
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