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Nasceu no Arizona, um dos seus tetravós era alemão, o avô materno uma mistura de chinês e inglês de Hong Kong que veio a casar com uma afro-americana; o pai era filho de um fazendeiro negro e de uma sueca; pelo meio, houve cruzamentos com americanos nativos. Um tipo assim só podia ter sido “o rei da improvisação” –, além de rei do mau-feitio. Mas primeiro, como os grandes artistas, Charles Mingus (ou seja, antes de abrir as portas hard bop ou de aprofundar a natureza do free jazz, estilos tão propensos a atrair pantomineiros) aprendeu a amar e a trabalhar com os clássicos, como Armstrong, Duke Ellington, Charlie Parker, Dizzy Gillespie ou Lionel Hampton; é por isso que, no meio de peças que me são insuportáveis, há grandes momentos – os de Goodbye Pork Pie Hat (de 1959) ou a maior parte dos temas de The Black Saint and the Sinner Lady (1963). Baixista tremendo, Mingus (1922-1979) incorporou quase todos os instrumentos que fazem do jazz uma alegoria constante, o que o aproximava da “vanguarda” mas mantinha em redor dos ‘blues’. Passam hoje cem anos sobre o seu nascimento.
Da coluna diária do CM.
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