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Todos gostavam de Eunice Muñoz e não houve adjetivos que não tivessem sido usados durante as homenagens desta semana – todos merecidos e de harmonia com o seu talento, com o que ela significou para o teatro e também com o seu passado antes do 25 de Abril ou com as condecorações que lhe foram atribuídas em vida. Nestas ocasiões, o acesso ao Panteão é tema recorrente. Compreende-se. Queremos perpetuar aqueles que são um exemplo do passado, um símbolo e um legado para o futuro. Há regras sensatas que foram explicadas numa entrevista na rádio pelo excelente diretor da casa, Santiago Macias. O passado (o Panteão) é uma construção tão difícil como artificial e equilibrada. E a unanimidade é difícil num país pequeno, idoso e livre para pensar (quando isso lhe ocorre); mas também é perigosa e emotiva. O Panteão é o ideal de uma República de mulheres e homens bons cujos valores e exemplos não podem ser impostos como se representassem uma identidade indiscutível. Seria bom deixar que o tempo viesse contribuir para estas escolhas; os funerais não são bons momentos para falar da eternidade.
Da coluna diária do CM.
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