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Nem David Ricardo ou alguém da sua família puderam recorrer às manigâncias deploráveis e imorais com que se sujou a memória da sinagoga Mekor Haim Kadoorie – a sinagoga do Porto – para atribuir títulos de descendentes de judeus sefarditas portugueses. Mas devemos relembrar o economista David Ricardo, nascido há exatamente 250 anos, e cuja família cumpriu a habitual peregrinação dos sefarditas depois da expulsão de Portugal: primeiro Antuérpia, depois a Holanda, depois Inglaterra. Ricardo, que já nasceu em Londres em 1772, converteu-se ao cristianismo (o que lhe valeu o ostracismo da família) e foi um dos grandes pensadores da economia no século de Adam Smith ou de Malthus (de quem foi amigo). Em 1817, já rico e próspero, com grande atividade política e especulativa, publicou o clássico Princípios da Economia Política e Tributação, que teve larga influência, até nos pensadores marxistas. As suas teorias do valor e da renda são fundamentais. No final da vida comprou o palacete de Gatcombe Park, perto de Gloucester – onde morreu em 1823; a rainha Isabel II comprou-o em 1976, já agora.
Da coluna diária do CM.
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