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Tartini, o Diabo.

por FJV, em 08.04.22

Eu teria 18 anos quando, por vários motivos, ganhei coragem para escrever a Jorge Gil (1945-2019), o realizador do programa «Em Órbita», da Rádio Comercial. O «Em Órbita» passava música antiga e barroca e eu ouvia-o todos os fins de tarde. Na volta do correio, Jorge Gil respondeu com uma bela carta (a lápis) e um disco com três concertos para violino de Giuseppe Tartini (interpretação dos Solistas de Veneza e Uto Ughi). Devo muito da paixão pela música a Jorge Gil e a esse disco de Tartini (1692-1770, veneziano nascido na atual Eslovénia) – sobre cujo nascimento passam hoje 330 anos. Tartini começou por estudar música porque a família queria vê-lo frade – mas a sua obra mais conhecida, quinze minutos de desafio, delírio, fantasia e frenesi, leva o nome de Trilo do Diabo (de que há uma bela versão de Ughi, justamente). A lenda é a de que Tartini sonhou que o Diabo estava ao pé da sua cama a tocar violino. Mas se o ‘Trilo’ é puro virtuosismo, difícil de tocar, os seus concertos e sonatas são uma busca de espiritualidade e de uma harmonia em repetição contínua. Convido-vos a ouvi-lo.

Da coluna diária do CM.

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