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Já há alguns anos que não vejo a coisa – nem a noite dos prémios nem o resumo da noite seguinte, mas houve um tempo em que a cerimónia dos Óscares era um palco de elegância, riso, vaidade, celebração e mexericos (tudo natural e humaníssimo) para artistas que tinham merecido chegar lá e se tinham distinguido pelo caminho. Lembro-me de várias dessas noites mas não me recordo de nenhuma cena de bofetada transmitida pela televisão; toda a gente sabe que aconteceram, mas não no palco. Também é verdade que a linguagem e as piadas mudaram bastante, que toda a gente discute sobre se as gracinhas podem versar questões de raça e género, que os únicos momentos agradáveis são os pequenos ‘trailers’ dos filmes, e que os rabos de palha políticos ameaçam transformar aquilo numa modorra insuportável e pouco esclarecida, com atrizes chatas e atores analfabetos a perorar sobre o fim do mundo. Há pouco escrevi a palavra “elegância” porque só um palerma brinca com as doenças dos outros – e isso não tem discussão possível. Merece uma bofetada? Não. Mas merece que pensemos quão tolo se pode se ser.
Da coluna diária do CM.
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