Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Como de costume, estou de acordo com duas coisas. Uma: que o pior está ainda para acontecer. Duas: sim, o mal anda à solta com a ajuda do nosso conforto. Como se sabe, o pior ainda pode estar para acontecer porque o halo de loucura que tomou conta do Kremlin é bem capaz de ser insaciável e, em geral, as coisas más acontecem mesmo – na maior parte das vezes com a nossa permissão. Nesta fase da destruição russa da Ucrânia não vale a pena chorar acerca da irrelevância europeia e da forma como a UE está prisioneira da teia energética russa; é uma parte do preço que pagamos atualmente pelo nosso conforto e pela bondade das nossas ações. Os próximos tempos serão de incerteza. Se durante a pandemia (que oscila, que vai e vem) houve limitações de acesso à cultura e a área do espectáculo foi claramente prejudicada, as ondas da guerra impedem agora que “pensemos noutra coisa”. Talvez a música nos acompanhe, talvez os livros nos salvem, talvez uma ida ao museu nos reconcilie com o mundo como ele devia ser, talvez um filme nos ajude. Suspeito que começou um longo período de recolhimento.
Da coluna diária do CM.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.