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O que se passou em Portugal entre 1940 e meados dos anos 70? Como se pensava o futuro e o presente durante essas décadas entre duas guerras – uma, a mundial, outra, a colonial? Podemos sabê-lo através das canções que se ouviam na época e é isso que Luís Trindade tenta mostrar num livro saboroso, quase um documentário: Silêncio Aflito. A Sociedade Portuguesa Através da Música Popular (Tinta-da-China). Está lá o Portugalinho e o país maneirinho da “música ligeira”, os produtores e os locutores de rádio (e os seus programas), as estrelas do palco, os compositores da “canção nacional”, as vozes do fado e os nossos crooners de época, deliciosos, românticos, de papelão – mas também os sons inaugurais do rock e do ié-ié, a ascensão de Amália ou a entrada da televisão. Entre A Menina da Rádio e Simone a cantar a “Desfolhada” ou as canções que passaram pelo Zip-Zip, Portugal desfila aqui como uma pequena província de outro tempo. Estas canções são as lágrimas de amor e as tímidas ousadias desse tempo. Passavam na rádio. Ainda hoje as ouvimos com saudade de um tempo que não queremos viver.
Da coluna diária do CM.
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