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Podíamos falar de algumas canções sobre a temporada de primavera que entrou ontem a meio da tarde de domingo (como “Some Other Spring”, de Billie Holiday, “Spring Is Here”, de Nina Simone, ou “Might As Well Be Spring”, de Frank Sinatra), mas se uma pessoa não fica rendida ao segundo andamento (um larghetto melodioso e romântico) da 1.ª Sinfonia de Schumann (1810-1856) não merece ouvir mais música – toda a sinfonia é dedicada à primavera. Se acordes tão expressivos não nos comovem, então há um recurso: o segundo andamento da 6.ª Sinfonia, Pastoral, de Beethoven (1770-1827), antes da pequena e belíssima “Canção de Primavera”, de Mendelssohn (1809-1847), curiosamente dedicada a Clara Schumann (pianista e mulher de Schumann), ou da profundíssima peça com o mesmo nome do finlandês Jean Sibelius (1865-1957). Talvez a mais conhecida seja a primeira das Quatro Últimas Canções, de Richard Strauss (1864-1949), com o poema sobre a primavera de Hermann Hesse (oiçam a versão de Elisabeth Schwarzkopf). Sim, também há a primavera das Quatro Estações de Vivaldi (1678-1741). Toda a música é infinita.
A findar o dia, com chuva, a morte de Gastão Cruz (1941) – lembro-me de um poema seu: “Não estamos preparados para nada: / certamente que não para viver/ Dentro da vida vamos escolher / o erro certo ou a certeza errada (...) Não estamos preparados para o nada: / certamente que não para morrer.”
Da coluna diária do CM.
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