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90 anos de Updike, vivo nos livros.

por FJV, em 18.03.22

O conselho de John Updike para os jovens escritores

É de 1964 um dos mais belos poemas de John Updike  (1932-2009, faria hoje 90 anos), “Azores”. Muitos leitores ignoram que o grande ficcionista da América — ao lado de Norman Mailer, Gore Vidal ou Tom Wolfe — tenha sido também um poeta notável. O seu mundo mais conhecido é o dos romances da série Rabbit, “Coelho”, um retrato tão profundo como harmonioso e irónico da sociedade americana e da sua classe média. Por isso, os seus temas circulam à volta da religião, do dinheiro, do adultério e da sexualidade. Aquilo em que a América se transformou está nos seus livros, e nos de Tom Wolfe; mas Updike compreende os movimentos subterrâneos, não teme as ironias (como em As Bruxas de Eastwick, um romance genial) e, ao contrário de Philip Roth, não se transformou em personagem de si mesmo. Corre Coelho, S. ou Casais Trocados são cómicos, porque Updike sabe que Deus fala através dos ironistas e ele foi um homem tocado tanto pela sua luz como pelas suas dúvidas e desilusões. Para compreender porque é a América este lugar de vaidade, ressentimento e atribulação, nada como ler Updike.

Da coluna diária do CM.

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