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Veremos se a ideia da “paz perpétua europeia”, uma herança de Kant, não morreu nas ruínas da Ucrânia, que falam por si: um país invadido por um déspota sem escrúpulos, respeito pela humanidade mais básica e capacidade de gerar empatia. Este é o resumo. O resto são variações que poderão obrigar a Europa a mudar de rumo e a discutir a forma de expiar as suas culpas, a sua ineficácia e a sua ingenuidade. Estamos em desvantagem, porque acreditamos no diálogo para resolver conflitos e na capacidade de corrigir o passado (e de melhorar os dias que vêm), o que é visto como uma fragilidade pelos inimigos da ordem liberal e democrática. Putin é apenas um deles; os outros estão cá dentro: uma sociedade amolecida pelo conforto e voltada para dentro, mimada e ingénua, incapaz de esforço e desinteressada pelos seus próprios valores, devorando-se a si própria, ignorando a sua história e o poder dos inimigos mais letais. A resistência da Ucrânia está a ser uma dolorosa maldição para os ucranianos – mas talvez nos ensine a mudar o conformismo e a sermos mais razoáveis e melhores leitores de História.
Da coluna diária do CM.
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