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Regresso aos quartéis.

por FJV, em 01.03.22

É provável que a guerra – que entregamos aos militares, com carreira própria – seja a continuação da política por outros meios, mas manda a prudência que duvidemos. Calhou ontem, num zap televisivo, ouvir um militar defender que a Ucrânia devia pura e simplesmente entregar à Rússia (“O Sr. Putin não é um bandido, é um jogador de xadrez.”) o mapa do leste do país e uma boa faixa de território do sul – e que isto seria uma negociação sensata para a UE, que devia abster-se de enviar armamento e de impor sanções, a fim de conseguir “a paz”. Reconheço que há nisto uma sensatez meridiana e assustadora. Ouvi-a nos últimos dias a outros militares que, entretanto libertos dos deveres da caserna e do exercício físico, ministram – aos magotes – lições de estratégia e diplomacia, assinalando que “a vida é como é”. Como creio que já não se lhes aplica nenhum regulamento de sensatez, pedem-na para nós. Este último cavalheiro explicou, cheio de sedução pelo inimigo, que há na posição europeia uma hipocrisia cavalar. De facto, antes é que era bom. Pelo menos certos militares estavam nos quartéis.

Da coluna diária do CM.

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