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O que leva uma pessoa sensata e agradável como João Oliveira a defender as posições e a narrativa do imperialismo fascista de Vladimir Putin, como o fez ontem no parlamento? Que pessoas como Jerónimo de Sousa não tenham aprendido praticamente nada com as lições da Guerra Fria, compreende-se; mas uma coisa é, apesar de tudo, seguir a estratégia dos que criaram o Gulag, gostavam do humor negro de Estaline e acreditavam que a pobreza criada pelo comunismo era uma coisa digna – outra, é acreditar que o imperialismo russo, expansionista, nacionalista e herdeiro do czarismo, merece ser defendido, ainda que tenha causado vagas deploráveis de miséria, fome e escravidão a um povo nobre e explorado. Para o PCP, para a gerontocracia comunista e, pelos vistos, lamentavelmente, para João Oliveira, merece (o que o deixa ao nível de Trump e da extrema-direita, as bestas negras). Que a então deputada comunista Rita Rato tenha dito que não sabia o que era o Gulag, com aquela desculpa esfarrapada (a de que não tinha estudado o assunto na universidade), até admito – era a desculpa de uma pobre de espírito. Mas que João Oliveira acredite que o fascista Putin faz justiça à sua interpretação da história, isso é muito preocupante.
Da coluna diária do CM.
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