Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



O terrorismo.

por FJV, em 14.02.22

Parece que um dos argumentos mais perversos e práticos que pesa a favor da designação de “terrorismo” tem a ver com o alcance dos poderes policiais. Ou seja, se um acontecimento é classificado como “terrorismo”, as autoridades ficam com os movimentos muito mais livres. De perversidade em perversidade, talvez fosse isso que levou a designar como “terrorista” o aluno da Faculdade de Ciências capturado antes de poder levar adiante o eventual atentado que tinha preparado. A verdade é que, como falamos demais, temos cada vez menos cuidado com as palavras. Na maior parte das vezes, por ignorância; depois, por maldade; finalmente, por descuido. Quando aqui me irrito com o uso atribuído a certas palavras (agora é “terrorista” – mas, antes disso, “resiliência”, “viral”, “distanciamento social”, “robusto”, “novo normal”, usos alarves de palavras que significam outras coisas), não é por mera vaidade. Também há vaidade, claro – porque devemos ser vaidosos da nossa língua e usá-la com solenidade e correção. Mas, geralmente, é pura irritação diante da falta de juízo e de dicionário. 

Da coluna diária do CM.

Autoria e outros dados (tags, etc)



Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.