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Uma das coisas que mais aprecio nas “redes sociais” é a abundância de bondade. Com a maldade, passo eu bem – uma pessoa segue em frente e espera que apanhem Covid. Mas a bondade deixa-me de rastos. “Tivemos menos abstenção, obrigado à democracia. O fascismo não passará, não voto em racistas. O meu filho é pela diversidade cultural e sexual. Obrigado pelo vosso trabalho nas mesas de voto em defesa da democracia. A minha alimentação faz bem ao planeta. A minha filha é vegan para defender a natureza e lutar contra as alterações climáticas. Uso transportes públicos e defendo a bicicleta. Tomo banho de dois minutos para poupar água. Fui atendid@ no hospital, obrigado SNS. Sei a tabuada, defendo a escola pública. Sou contra o lítio, deixei de usar telemóvel. Sou heterossexual mas a minha sacola de compras de pano tem as cores LGBT. Obrigado a todas, todos e todes. 25 de Abril sempre, viva o 5 de Outubro.” O exibicionismo do bem é uma matraca insuportável. A velha e saudável ironia foi substituída pelo insulto soez – mas a necessidade de mostrar que somos bons, que comemos rabanetes sustentáveis e não matamos gatos é uma doença do espírito.
Da coluna diária do CM.
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