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No meio da vasta lista de Dias Mundiais, alguns deles consagrados a coisas mirabolantes ou a causas atoleimadas, ontem foi a vez da Escrita à Mão. Escrever à mão é cada vez mais uma velharia a que poucas pessoas se dedicam. Não sabem o que perdem. Uma letra agradável, desenhada e refletida obriga-nos a pensar melhor no que escrevemos, a ter amor pela escrita e pelas palavras que se escolhem de entre todas as possíveis na nossa memória. A escolher o papel (os redesenhados e deliciosos cadernos Emílio Braga ou Firmo), a usar um belo lápis Viarco ou uma caneta que se guarda e se preserva. E também a sermos mais delicados e mais cuidadosos. Nada disto são coisas desprezíveis. Inclinadas ou direitas, as nossas letras transcrevem uma personalidade, um desejo de recordar uma palavra ou uma ideia, uma experiência que vai do corpo à letra, do cérebro ao papel passando pela mão, que é instrumento do espírito. A prática da caligrafia devia ser reabilitada como uma forma de terapia e de consolação diante da excessiva velocidade das coisas. E uma aprendizagem espirituosa da beleza das palavras.
Da coluna diária do CM.
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