Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Falemos agora do que é sério e terminemos o ano em grande: a poesia de João Pedro Grabato Dias, aliás António Quadros (1933-1994) de seu nome civil, mas também Frey Ioannes Garabatus (o de As Quybyrycas), bem como Mutimati Barnabé João (o de Nós, o Povo) – nomes através dos quais foi autor de uma das mais importantes obras da nossa língua atual, escrita entre Portugal e Moçambique, lugares onde viveu. “Colosso” lhe chama Pedro Mexia numa das badanas de Odes Didácticas (a antologia agora publicada pela Tinta-da-China); “enorme poeta”, é como António Cabrita termina um valente posfácio de 40 páginas ao livro, onde também relembra o sempre esquecido Rui Knopfli, companheiro de geração, ou o grande António Barahona. António Cabrita diz quase tudo o que há a dizer sobre o poeta. Enorme ou um colosso, será como quiserem, desde que leiam os magníficos poemas de A Arca ou o longo “Nunca me libertei da infância” – e todos, todos. São versos que devoram e queimam, e voltam a queimar: “Meditar é viver atentamente/ cada miúdo peixe de atenção.” Cada verso tentando “atribuir um nome próprio ao vento”.
Da coluna diária do CM.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.