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Eurico A. Cebolo.

por FJV, em 20.12.21

Do outro lado do rio (o Douro), em frente à Quinta do Vesúvio, rente à linha de água, fica Coleja – a aldeia desolada onde, em 1938, nasceu Eurico Augusto Cebolo. O seu nome evoca, para músicos amadores, autodidactas e curiosos, os livrinhos que ensinavam solfejo, bem como guitarra, acordeão, piano, flauta, bateria, bandolim ou concertina. Quem não conhece os livros de música de Eurico A. Cebolo não teve adolescência libertina ou vontade de aprender música. A sua vida teve dramas sem fim – e alegrias maiores. Do Porto a Moçambique (foi estrela da rádio) e volta, animou bailaricos, concertos e marchas populares. E a imaginação perversa de quem lia as suas histórias. Vejam os títulos, maravilhosos: Casei com a Minha Irmã, Matavam as Freiras Grávidas, Incesto sem Pecado, A Prostituta Virgem, O Violador das Mortas, A Filha do Padre ou A Santa Assassina – mais do que rom ances de cordel, uma escola de terror e sexualidade. Mestre Eurico A. Cebolo morreu na sexta-feira passada e a Câmara do Porto devia homenagear esta grande figura da cidade. Com guitarra e acordeão de honra.

Da coluna diária do CM.

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