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A pobreza da vida intelectual portuguesa vê-se também nisto: nenhuma ideia nova – uma que seja, desde a reforma da segurança social à necessidade de discutir os currículos do ensino secundário ou o plano nacional de barragens – transpira dos debates que antecedem as eleições que vão ocorrer daqui a mês e meio. O que significa que os “intelectuais”, ensimesmados, não estiveram muito interessados em discutir a vida e a sociedade portuguesas e, em consequência, não conseguiram influenciar nenhum dos líderes políticos incumbentes. Nem ideias novas – nem ideias, em absoluto. De uma extrema-direita muito mais abaixo do que pateta e lorpa, até à extrema-esquerda populista e moralista, passando pela “disputa pelo centro” (que corrói todo o sistema político e entrega o poder a sardanápalos cumpridores), há um vento de deterioração: questões partidárias, partilha de poder, vaidades pessoais, cartilhas debitadas para a televisão, alheamento em relação aos temas do futuro. Cabe ao Presidente falar menos sobre o dia-a-dia e fazer da sua presidência um reduto contra a banalização. Urgentemente.
Da coluna diária do CM.
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