Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Talvez o grande momento de rebelião da arte seja aquele instante – como no caso de Banksy – em que a peça se autodestrói ao ser vendida num leilão. Mas o dinheiro está lá, poderosíssimo, e as peças de Banksy são um negócio brutal – essa peça auto-destruída foi vendida por 22 milhões de euros. Há quinze dias, a venda da coleção de um casal recém-divorciado rendeu cerca de 700 milhões em Nova Iorque – a maioria das peças eram posteriores a 1980, o que significa que o seu valor foi determinado pelo que escreveram certos “críticos”, “curadores”, “comissários” e investidores – um belo negócio para intelectuais com visão. Uma das companhias que negoceia em arte contemporânea, a Masterworks, abriu um fundo para investidores com mais de 100 mil euros, garantindo um lucro de 14% (a um ano), na compra de obras produzidas entre 1995 a 2020. Dinheiro gera ainda mais dinheiro, mesmo que seja sujo, como sempre, mas agora através de “obras de arte” que celebram o protesto contra o capitalismo e se transformam em objetos decorativos na sala de um oligarca ou de um banqueiro. Não há patife encartado que não entre no negócio.
Da coluna diária do CM.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.