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Subi duas vezes do Rio de Janeiro para a serra de Petrópolis, a fim de visitar a discreta casa onde viveu durante alguns anos, e acabou por morrer, o austríaco Stefan Zweig (1881-1942). Foi nessa casa que Zweig escreveu a Novela de Xadrez bem como as históricas páginas de O Mundo de Ontem, a autobiografia e recordações de um europeu. De origens judaicas, Zweig atravessou o início da I Guerra como um patriota germânico, mas foi como pacifista e – precisamente – europeu, compreendendo bem a natureza e o alcance do nazismo, que atravessou o Atlântico em 1940, primeiro para os EUA e depois para o Brasil, onde se suicidaria dois anos mais tarde, consumido pelo desespero e pela visão de um mundo submetido à vertigem autoritária. Biógrafo notável, romancista tenso e classicista, intelectual culto e pessimista, Zweig interpreta o ideal do escritor absolutamente comprometido com os seus livros (uma lista vastíssima), um misto de romancista, historiador, psicólogo, viajante, repórter e cronista cheio de intuição. No próximo domingo passam 140 anos sobre o seu nascimento em Viena.
Da coluna diária do CM.
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