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A severidade da pandemia e dos acontecimentos, a agressividade de um vírus desconhecido: nada disso alterou o discurso da ministra da Saúde, que teve um dos trabalhos mais ingratos nestes dois anos. Temos de lhe dar um desconto; não foi fácil. Naquele posto, tanto poderia reunir os cidadãos à sua volta como cair na tentação da propaganda e da colheita de benefícios políticos. São dois extremos; a ministra preferiu inclinar-se para a segunda das escolhas. Não lhe podemos atribuir responsabilidade pelos 20 mil mortos e pela tormenta que atravessamos – mas devemos exigir-lhe contenção depois de sucessivas decisões erradas (algumas, dramáticas) e da estratégia desorganizada que comandou. Teve a seu favor conferências de imprensa dóceis onde jornalistas deslumbrados pelo seu acento a deixaram brilhar como um objeto de culto. Ontem, com 4 mil novos infectados e mais 17 mortos, a ministra ocupou-se da situação calamitosa dos hospitais, e decidiu comunicar-nos que era melhor vacinar e contratar médicos “mais resilientes”. Foi triste e arrogante. É uma simples propagandista. Tudo lhe correrá bem.
Da coluna diária do CM.
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