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Dexter.

por FJV, em 23.11.21

Por que é que a série Dexter era tão saborosa de ver? Porque jogava com todos os interditos: em primeiro lugar, o sangue (na polícia de Miami, Dexter era especialista em analisar salpicos de sangue em cenas de crime); depois o desejo de fazer justiça onde a justiça não podia atuar (e sempre com um compromisso ético, ou seja, Dexter precisava de provas, só mata quando é absolutamente seguro que a vítima é um homicida); depois, ainda, o risco de ser descoberto pelos próprios colegas ou pela família (é um jogo no fio da navalha, o da heteronímia); finalmente, a voz off de Dexter, uma corrente contínua de tensão e consciência, elementos fundamental da série. A nova temporada (na HBO, ainda só estão disponíveis três episódios) não é, afinal, uma nova temporada – é uma nova série, New Blood, novo sangue. O cenário já não é Miami mas uma pequena cidade no interior do estado de Nova Iorque, onde Dexter mudou de nome (é Jim Lindsay) e namora com a chefe de polícia local. Há donuts, como antes, mas os mistérios da paternidade visitam-no de novo. Estou pendurado no crime, semana a semana.

Da coluna diária do CM.

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