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De entre os 60 projetos admitidos como “inovadores” na Semana do Design do Dubai, que terminou no domingo, apaixonei-me pelo Themis, um dispositivo de inteligência artificial que promete ser um sucesso em todos os lares modernos, universidades comandadas pelo desejo de corrigir o mundo e espaços públicos em geral. O Themis é um duplo altifalante, mas ao contrário: pelas suas minúsculas campânulas entra som; aí, analisa conversas, escuta tudo à sua volta e emite alertas igualmente sonoros quando escuta discursos ofensivos ou politicamente incorretos, piadas de índole racial, eventuais deslizes e picardias que podem ser consideradas trogloditas (ao lado do Themis foi apresentado o Ethics, um programa informático destinado a ‘ajudar startups de tecnologia a avaliar e agir de acordo com implicações éticas’). Na apresentação, foi dito que o Themis analisa “a imprevisibilidade do comportamento humano”. Ao detetar coisas ofensivas, o aparelho começa a zunir, suponho, desencadeando “um processo de autocrítica” nos indivíduos faltosos. Estou a precisar de um Themis para ler George Orwell.
Da coluna diária do CM.
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