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O PCP, fiel à memória leninista e estalinista, assinalou – como lhe competia – os 104 anos da revolução bolchevique. Faz parte do seu folclore e da sua tradição. Os «jovens do Bloco de Esquerda» também festejaram a data; mas, ao contrário dos comunistas, que já não ripostam quando se lhes recorda a filiação estalinista ou a longa lista de crimes cometidos em nome da revolução (que depressa devorou os seus filhos), muitos jovens bloquistas manifestaram a sua surpresa nas redes sociais ao serem confrontados com a herança trágica da Revolução de Outubro. É natural; chegaram tarde ao debate e ainda não estudaram a história das purgas, da violência e das armadilhas do processo histórico. Todos nos recordamos da então jovem militante do PCP que, interrogada sobre o Gulag, os milhões de vítimas do regime soviético, o delírio homicida de Estaline, se justificou com a melhor das respostas: que não tinha estudado isso na universidade. Para os «jovens do Bloco», a revolução bolchevique é só um terreiro de festa. Não sabem que depois serão apagados das fotografias, hoje como na época.
Da coluna diária do CM.
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