Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ontem, o The New York Times publicou um tão interessante como cómico artigo sobre os excessos da linguagem politicamente correta, no qual alguns académicos e até “ativistas” se queixavam da “complexidade” da ridícula algaraviada em moda. Depois de 250 anos de tradição liberal na nossa civilização, assistimos a uma vaga de censura, perseguições a académicos e intelectuais, professores despedidos nas universidades, queima de livros, boicote a autores – tudo em nome de um espírito de “pureza ideológica” e de “justiça”, que têm muito a ver com o espírito religioso, a fúria adolescente e o ressentimento de classe. Frequentemente escrevo sobre o assunto nesta coluna, mas ler a imprensa americana de hoje lembra que o país onde floresceu a tradição liberal (título de um clássico, A Tradição Liberal na América, de Louis Hartz, 1955) é também o país dos processos das bruxas de Salem, da Lei Seca, das políticas e campanhas “de purificação”, das perseguições do macarthismo, da censura e proibição de livros nas bibliotecas e da infantilização e leviandade intelectual em geral. Nada que nos espante.
Da coluna diária do CM.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.