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Carmen Mola.

por FJV, em 18.10.21

Em Espanha, o prémio Planeta, 600 mil euros, foi atribuído a um romance de Carmen Mola, best-seller e estrela da ficção policial; os seus livros são populares, a intriga é sempre excelente, as críticas são boas. Nada a dizer. Porém, na cerimónia da entrega do galardão, sexta-feira à noite, soube-se que Carmen era, afinal, um trio de homens – e não, como vem na sua ficha biográfica, a discreta professora que vivia em Madrid com o marido e três filhos, criadora da fantástica personagem da inspetora Elena Blanco, chefe da brigada que investiga os casos mais complicados da polícia espanhola (um sucesso extraordinário com vendas superiores a 250 mil exemplares dos seus três livros). Espanto quase unânime, indignação da militância feminista mais radical (em 2020, o Instituto da Mulher escolhera Carmen Mola para a sua lista de autoras adequadas para “leitura feminista e com perspetiva de género”) e uma livraria que retirou os livros com espavento desnecessário. A lição a retirar da história talvez seja a de que escrever bem não esteja nos genes do género. Se calhar os livros nem são maus.

Da coluna diária do CM.

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