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O CM de ontem esclarecia que o Super Homem não só vai ser «ativista» como, além disso, vai ser «bissexual». Nada contra. Estava na cara. Hoje em dia toda a gente é ativista. Do mais anónimo humorista de Montalegre ao mais famoso dentista de Londres, conclui-se o currículo sempre com um «além de ativista». Acontece que o Super Homem já era ativista antes de ser tão insuportável como banal ouvir a palavra «ativista» – basta ver os filmes da série; é um herói comprometido. Quanto à bissexualidade do Super Homem, não me espanta – é uma espécie de condição da sua natureza, tão terreno como extraterrestre, nem jornalista nem inocente. O que me espanta é que, para dar conta de «novas realidades», de «novos desejos» e de «novos comportamentos» (nenhum deles especialmente novo, como se sabe), os criadores da banda desenhada não sejam capazes de criar novas personagens e seja preciso reescrever passado e os seus intérpretes. A verdade é que, geralmente, só no futuro gostamos do passado. Até lá, o que nos chega do passado é sempre uma história para corrigir; não há nada de novo sob a luz do céu.
Da coluna diária do CM.
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