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Há 700 anos, a 14 de setembro, morria Dante Alighieri (1265-1321), não só o poeta nacional italiano, e emblema de Florença, onde nasceu, mas um dos mais influentes autores na história da literatura ocidental (no pódio com Shakespeare ou Cervantes). A Divina Comédia, escrita ao longo de quase vinte anos, não só inventou a língua italiana vulgar, por não utilizar o latim, mas representa, na sua perfeita geometria e na sua organização rigorosa, uma espécie de cosmovisão mística, alegórica e moral do final da Idade Média, com a sua visão do Inferno, do Purgatório e do Paraíso. Jorge Luis Borges considerava-o o mais perfeito de todos os livros – mas seria uma injustiça esquecer Vida Nova (prosa e poesia, religião e erotismo subtil) ou a generalidade dos poemas recolhidos nas Rimas. O mínimo que se pode dizer sobre a sua vida atribulada – feita de exílios e ambição, de guerra, conspiração e paixões – é que acompanha a violência, a luz e o deslumbramento da época de modo a chegar-nos como uma aventura da própria literatura em busca de um autor. 700 anos depois, Dante parece vivo.
Da coluna diária do CM.
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