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Belmondo.

por FJV, em 07.09.21

Uma pessoa diz: um dos meus rostos preferidos, o de Belmondo – cómico, sério, patife, vagabundo, melancólico, triste, divertido. Que cara ele tinha. E que filmes (isso explica que estivesse sempre na lista de realizadores como Renoir, Truffaut, Vittorio de Sicca, Resnais, Melville, Godard, Lelouch). Volto ao rosto de O Acossado (À bout de souffle, 1960), de Jean-Luc Godard, onde tem a companhia de Jean Seberg num filme que funciona como um emblema do novo cinema francês dessa grande década; ou a Pierrot, Le Fou (1965, do mesmo Godard). No meio do chamado “cinema comercial” (uma designação muitas vezes injusta), não é possível esquecer Borsalino, onde faz dupla com Alain Delon. Há belezas estranhas e duradouras no cinema, e Jean-Paul Belmondo é por certo uma delas, mas inesperada e contraditória, tanto quanto o seu rosto e tanto quanto a sua voz. Talvez por isso, em Duas Mulheres. La Ciociara (1960), que é um filme amargo, de Vittorio de Sicca, Belmondo quase se escondia atrás de Sophia Loren, que encarna aquela imperdível beleza impura. A sua morte é também o adeus a uma era.

Da coluna diária do CM.

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