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Há coisas que, talvez por causa da idade e da falta de paciência para coisas estapafúrdias, já não discuto – e sobre as quais não tenho opinião senão a de que há no livro da vida um capítulo designado “escolhas individuais”. Entre elas estão as opções sobre religião ou sexo. Tudo o resto é vida em sociedade. Portanto, é-me indiferente, para efeitos práticos, que Paulo Rangel seja gay ou heterossexual. Tão indiferente que nunca necessitaria de explicações – mas as que Rangel entendeu dar são de uma tal elegância e civilidade que podem bem acrescentar ao perfil do homem político uma dimensão humana e inteletual apreciável, exemplar e a respeitar. Não o acham assim os ativistas de esquerda para quem não há nenhuma “opção individual” que não suponha uma “opção política”. Assim, só poderá ser gay quem é de esquerda e alinha na agenda política do ativismo LGBTQI. Este ‘ativismo’ vigilante anda de braço dado com o reacionarismo mais extremo: exercem chantagem, detestam a liberdade e a autonomia individuais, odeiam os espíritos livres. É por isso que Paulo Rangel deu uma lição importante.
Da coluna diária do CM.
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