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Se esta crónica tivesse título, a de hoje seria “elogio do tomate coração-de-boi”, com hífens à antiga portuguesa. Normalmente, há um festival do tomate coração-de-boi na Folgosa, à beira do Douro (foi adiado para 2022) – a última edição foi ganha por uma quinta de Jerusalém do Romeu, na Terra Quente transmontana – os concelhos de Moncorvo, Foz Côa, Armamar, Vila Flor, Mirandela, Macedo, Carrazeda ou São João da Pesqueira têm as melhores prestações. O tomate coração-de-boi não deve ser comprado em supermercados, onde se parece com uma bolsa pastosa e farinhenta produzida em estufa: precisa de calor do sol, de espaço e de água, e tem de ser procurado nos mercados e nas feiras de rua, ou nos produtores sérios. Suculento, ligeiramente sumarento, é uma espécie de “carne da horta”, um dos produtos mais nobres do verão português. Ontem, na minha terra (no Pocinho, na Taberna da Julinha), comi um, magnífico: apenas com azeite e grãos sal, cortado aos gomos, sem mais nenhum tempero, e com bom pão por companhia, é um festival inteiro. É o meu elogio para esta sexta-feira.
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