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O ensino do Latim (já não falo do Grego) tem má reputação entre nós, o que é uma pena – tivemos um governante, em tempos, que lhe atribuiu feições “elitistas”. A verdade é que o seu estudo não beneficia apenas quem quer ler a Eneida, a prosa de Cícero e a poesia de Ovídio – hoje sabemos que os efeitos positivos se estendem ao estudo do Português e da História, naturalmente, mas também à Matemática, às ciências, à filosofia e a nós mesmos e a nossa cultura. Em Inglaterra iniciou-se já uma experiência piloto no ensino primário e, a partir de 2022, será reforçado na faixa entre os 10 e os 16 anos. A ideia, diz o diploma, é estender e democratizar o estudo do Latim por todos, acabando com essa ideia imbecil de que se trata de uma área para “elites”. Em Portugal, onde as “elites” são especialmente ignorantes, a estratégia na educação é a de fazer esquecer os estudos de Latim (ao contrário de Itália, Espanha ou Alemanha e França) e de criar mais analfabetos. Pessoas ignorantes ou limitadas no seu mapa de conhecimentos são muito úteis para os medíocres. Já é altura de discutir isto a sério.
Da coluna diária do CM.
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