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Passam hoje vinte anos sobre a morte de Jorge Amado (1912-2001). É tempo para ter alguma distância – e para reconhecer que foi um dos grandes autores da nossa língua comum. Na verdade, ele é bom – retirando a habitual tralha do “realismo socialista” publicada entre 1931 (data do seu primeiro romance, O País do Carnaval) e o final da década de 50, quando escreveu Gabriela, Cravo e Canela. A última dessas peças é o habitual resumo das suas viagens pelo mundo comunista, um livro sem importância em que festejava a URSS e a Albânia (O Mundo da Paz, de 1951). Depois, Amado desertou do estalinismo e escreveu livros memoráveis (se bem que Mar Morto, de 1936, mereça estar nessa lista), cheios de beleza e sensualidade. Além de Gabriela (1958) há o fantástico Dona Flor e Seus Dois Maridos (1966, o seu melhor livro, uma pérola), Tenda dos Milagres (1969) e Tereza Batista (1972). Amado era de uma grande leveza e bom humor traquina, de uma simpatia genuína – que hoje seria sovado pelos polícias do espírito. Nesta data segue um abraço (e uma caipirinha com maracujá) para Jorge Amado.
Da coluna diária do CM.
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