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Hipersensibilidade.

por FJV, em 05.08.21

Volto aos Jogos Olímpicos (ontem falei deles a propósito de histórias de beleza e superação) para mencionar os comentários cheios de lágrimas que, por sua vez, festejam as lágrimas dos outros. Ficou moda – e a moda das lágrimas não é agradável, cria uma espécie de “obrigação para a hipersensibilidade”, tal como a recusa em chorar criava a ideia de uma “masculinidade” forçada. Assistimos hoje à valorização da hipersensibilidade e da ideia de que o triunfo só é valorizável se for acompanhado de uma história de “justiça social” que sirva de exemplo. Ora, o exemplo sempre lá esteve. Ao contrário do que peroram os “ativistas sociais” (gente da universidade e da classe média), há trinta, quarenta anos, todas as vitórias continham uma história de superação social e de combate contra o destino. Foi assim com Eusébio e Pelé (heróis do futebol de rua) com Zatopek ou Mark Spitz, Joaquim Agostinho ou Sergei Bubka, Carl Lewis ou Lars Viren, Gebrselassie ou Obikwelu, Fernanda Ribeiro ou Naide Gomes – que nunca tiveram brigadas de profissionais do choro a festejá-los ou a lamuriá-los.

Da coluna diária do CM.

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