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Histórias de superação e de beleza, é assim que resumo algumas prestações dos Jogos Olímpicos. A beleza de Patrícia Mamona, evidentemente (como tinha sido a de Naide Gomes [na foto] – jantei uma vez na sua mesa, e na de Nelson Évora, e não esqueço). A do sorriso de Auriel Dongmo. A do humor de Jorge Fonseca. A da dança permanente de Telma Monteiro. No entanto, Portugal está tão estupidificado que, nas redes sociais, qualquer vitória é aproveitada para discursos de viés moralista e político. Há cerca de dez anos, o diário El Mundo fez uma sondagem sobre os espanhóis mais consensuais e admirados, onde Iker Casillas e o então príncipe Felipe ficaram no topo, destacados. Duvido que se conseguisse qualquer consenso em Portugal. Pelo discurso dos políticos no poder e na oposição, e dos seus apaniguados, incapazes de um gesto de grandeza; pelo discurso dos seus capangas, cheio de ressentimento, incapazes de admirar um atleta, um escritor, um presidente, um humorista – se não for em nome desse mesmo ressentimento de pobres de espírito. Adoramos macaquices, mas estamos incapazes de admirar a grandeza.
Da coluna diária do CM.
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