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Concomitantemente, apressar o vexame.

por FJV, em 23.07.21

Gosto muito de despachos onde aparece a palavra “concomitantemente” – ainda por cima quando têm origem naquilo que outrora se chamava “Ministério da Educação”. Depois da coluna de ontem, alertado por professores e algumas boas almas que continuam a insistir em que é possível um bom sistema de ensino público em Portugal, fui ver melhor o que era o Despacho n.º 6605-A/2021 de 6 de julho passado, onde aquilo que noutro tempo se chamava “Ministério da Educação” decide que deixam de existir metas curriculares, programas educativos, planos de estudo no Básico e no Secundário – e tudo se reduz às Aprendizagens Essenciais e à assim chamada "estratégia nacional de Educação para a Cidadania”. Vexame e embaraço. Que aquilo que antes se chamava “Ministério da Educação” despache isto, não me espanta: a ideia é destruir o sistema educativo e fazer a escola à sua pequena medida. Mas ouvindo ontem o debate do Estado da Nação percebi que estamos sozinhos; nenhuma das abéculas falantes se ergueu para denunciar este enxovalho a professores, educadores, famílias – e estudantes. Que belo salazarismo.

Da coluna diária do CM.

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