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Há uns tempos, o PETA, aquele grupo radical de “defesa dos animais” incitou-nos a, quando quiséssemos insultar alguém, não usar nomes de animais – como “porco”, “galinha”, “escorpião”, etc. Por exemplo, um antipático “tubarão” dos negócios não devia ser chamado tubarão porque isso ofende os tubarões. Ao ler a imprensa australiana reparo que há uma campanha para acabar com o uso da palavra “ataque” em referência aos tubarões (uma espécie com 450 milhões de anos), como se ele fosse um assassino, optando por “interação” (um dos mais aguerridos militantes da campanha, aliás, não é biólogo mas linguista). Um dos “ativistas” diz que é importante mudar a linguagem porque isso “ajuda a melhorar a compreensão das pessoas acerca dos tubarões” – e num congresso local defendeu-se o uso do termo mais suave “mordida” (“bite”) em vez de “ataque” para falar de “encontros prejudiciais com tubarões”. Ou seja, quando não conseguimos mudar o curso da natureza, mudamos a linguagem. Ficamos felizes. Se o leitor tiver uma “interação com um tubarão” sempre pode dizer que tudo não passou de um desentendimento.
Da coluna diária do CM.
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