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Em junho, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução sobre “o direito do povo cubano de exigir a democratização do seu país através de um diálogo com a sociedade civil e a oposição política”. Os eurodeputados do PS votaram contra. Não me espanta a “radicalização” das burguesias que apreciam as revoluções da América Latina – desde que estas lixem a vida dos pobres e não lhes entrem porta dentro. Saber isso enche-me de horror e penso em escritores cubanos no exílio, presos e perseguidos, como Zoé Valdés, Cabrera Infante ou Reinaldo Arenas, vigiados e ostracizados como Virgílio Piñeira ou Lezama Lima, ou declaradamente contrários ao regime, como Leonardo Padura – que não contariam com a solidariedade destes apaniguados da ditadura, para quem o sofrimento do povo cubano não conta, desde que a sua traição à liberdade lhes permita assobiar o folclore da Bodeguita del Medio, do “Che”, do mambo e da vulgaridade. Retomo as palavras de Arturo Pérez-Reverte, escritas anteontem: apoiar o regime cubano revela “muitos interesses turvos, muito ranço político e muito pouca vergonha”; há gente assim.
Da coluna diária do CM.
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