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Talvez falando de séries de televisão eu tenha mais sorte. Não sei se viram – mas podem recuar na HBO e assistir a uma das séries mais esquizofrénicas sobre a relação entre a justiça e o crime financeiro, Billions, com o sempre brilhante Paul Giamatti, o neurótico Damian Lewis ou a enigmática Maggie Siff. Mas isso nem é o mais importante destas cinco temporadas (60 episódios exibidos originalmente entre 2016 e 2020 – e vêm aí mais 12). O resumo é este: há uma luta fatal e permanente entre um procurador (Chuck Roades) e um investidor bolsista (Bob Axelrod). O tom neurótico é dado pela proliferação de dinheiro (um pouco como em O Lobo de Wall Street, mas sem os excessos barrocos de Martin Scorsese), pela acumulação de milhões (fala-se de dinheiro como qualquer coisa que só admite multiplicação) e pela existência de um bem e de um mal cujas fronteiras se esbatem e confundem com o tempo. Num país pobretanas ou remediado, como o nosso, as primeiras páginas de ontem eram uma soma de milhões desaparecidos. Sem a classe da série Billions, é certo – mas com idêntica fúria criminosa.
Da coluna diária do CM.
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