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Não bastou a Mark Twain ter denunciado atrocidades do racismo e do colonialismo (está publicado em Portugal o seu Solilóquio do Rei do Congo, imperdível) – era preciso tê-lo feito com o linguajar de hoje. Por isso, os seus Tom Sawyer e As Aventuras de Huckleberry Finn foram retirados de escolas americanas por usarem “linguagem racista”. Não bastou a Harper Lee ter escrito o maravilhoso Não Matem a Cotovia, um dos grandes livros da literatura americana (de que se fez o filme com Gregory Peck), denúncia brava do racismo – foi agora retirado de uma escola escocesa que pretendia “descolonizar” a sua biblioteca: o livro apresenta o racismo do ponto de vista “dos brancos”, e isso não é suficiente, além de usar “linguagem racista”. A facilidade com que se usam palavras como “racista” ou “racismo” e “colonialismo” nas chamadas “guerras culturais” levará a que um dia ninguém lhe ligue. Chegou o tempo de ripostar contra esta febre fascista e revisionista com que a esquerda radical ameaça inquinar e aniquilar a relação com elementos decisivos da nossa cultura, memória e sensibilidade.
Da coluna diária do CM.
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