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Faço parte de um grupo minoritário e estranho, o de “observadores de árvores”. Sentamo-nos num lugar e olhamos para as árvores – nada mais do que isso e nada menos do que guardar o segredo do que se vê em silêncio: observar árvores como maluquinhos. Há um grupo muito mais numeroso, o dos “observadores de pássaros”, uma atividade que ocupa milhões em todo o mundo e que está a ser atacada pela comunidade “politicamente correta” que acha que a conservação da natureza está dominada por homens, velhos, brancos e com uma “ideia errada” acerca do que é a “vida selvagem”; proteger a “vida selvagem” é um propósito de velhos colonialistas. O Washington Post dedicou ao assunto a capa da sua revista dominical: é preciso “descolonizar” a atividade da observação de pássaros, a começar pela denominação dos pássaros, que não devem levar nomes de ornitólogos ou naturalistas brancos e europeus. Enfim, para concluir, a Sociedade Americana de Ornitologia pede que se torne a observação de pássaros mais inclusiva e equitativa, e com isto tudo não sei se os melros estão lixados. Por mim, vejo árvores.
Da coluna diária do CM.
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